Se, inicialmente, para resolver o problema do voo, até o famoso pintor Leonardo da Vinci pensou numa asa batente , como na maioria dos pássaros, é por meio do desenho de um planador, que as ideias de voar começam a se desenvolver.
Sabe qual é uma conhecida ave que plana? Os urubus. Eles são excelentes planadores, capazes de passar o dia inteiro planando, sem fazer força, realizando voos em círculos por meio de térmicas, correntes ascendentes de ar quente.
E é exatamente um planador pequeno, de 1,50m de distância entre as asas, que o inglês George Cayley desenhou por volta do final do século XVIII. Cayley prevê as necessidades do voo, o melhor funcionamento da asa, um leme – para estabilizar o voo - e uma estrutura que sustente a asa e o leme, abandonando as asas que batiam.
O planador só se mantém no ar porque está andando: a passagem do ar pelas asas faz com que o planador tenha sustentação e se mantenha em equilíbrio. Consequentemente, a grande discussão começa a ser a localização das forças que proporcionam a sustentação. Era necessário alcançar equilíbrio na força de sustentação da asa, do peso e de um elemento que pudesse fornecer a direção, garantindo estabilidade.
Embora Cailey tenha feito um planador, o primeiro grande sucesso ocorreu por meio de um planador pilotado, inventado pelo engenheiro alemão Otto Lilienthal. Otto inclusive construiu um morro de onde chegou a realizar mais de 2000 voos!
As asas utilizadas por Otto eram grandes, de perfil circular, seguindo os conceitos de Cailey: asa, leme e um piloto controlando o equilíbrio, por meio do deslocamento do próprio corpo, fazendo com que o planador abaixe ou levante a frente do aparelho, ou caia para direita ou para esquerda.
Os primeiros voos planados já representam o prenúncio da asa-delta e de como ocorre o voo, embora ainda não se soubesse como eram exatamente os mecanismos de funcionamento. Por isso mesmo, em 1896, ocorre um grande acidente , com Otto, o precursor do voo livre.
Traumatizados com o falecimento de Otto e ainda sem entender a aerodinâmica do voo, para inibir o estol, os inventores buscam a solução de colocar o leme na parte da frente da asa.
Conhecida como Canard, esta configuração reduz o estol, se cair, não cai de bico, cai de barriga, podendo até machucar, mas com menos chance de ocasionar morte. Por outro lado, dificulta a manutenção do voo. Todos os primeiros planadores e aeroplanos, feitos a partir desta fase, tiveram o leme colocado na frente.
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