“(...) Depois de estudar detalhadamente o caso, a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a Loucura a servir de guia ao Amor”.
Ainda hoje, filósofos e psicólogos estudam incansavelmente, à procura de uma resposta para essa pergunta: O que é o amor? Em Platão, é o desejo por algo que não se possui, a falta estimula o amor. Em Baruch Spinoza, o que é intelectual, livre e gera alegria.
Estudos têm demonstrado que o escaneamento cerebral dos indivíduos apaixonados exibe uma semelhança com as pessoas portadoras de uma doença mental. O amor cria uma atividade na mesma área do cérebro que a fome, a sede, e drogas pesadas, algo que se assemelha à necessidade e ao vício.
Em 2008, ocorreu o sequestro em cárcere privado mais longo já registrado no Brasil. Lindemberg Fernandes manteve a (ex-namorada) Eloá Cristina e sua amiga, Nayara Rodrigues como reféns por quatro dias, sob ameaça de morte. O desfecho do caso foi a morte da adolescente, Eloá Cristina. Sua amiga Nayara foi baleada no rosto.
Até que ponto o amor chega? O assassinato não é nada comparado ao sentimento da pessoa que ama? Egoísmo? Será que a partir de certo ponto, o amor é transformado em obsessão, e por isso que, a partir desse momento, o amor chega a cegar?
Já sabemos que por causa dos efeitos do amor, o ser humano passa a se comportar de uma forma incomum: faz coisas premeditadas, “pouco processivas”. Por que, que o “jovem Werther” não pôde cessar sua paixão irresistível pela doce Carlota? Como seu estado de espírito pode ter mudado tanto, em tão pouco tempo? Como o ser humano pode chegar ao estado de ver o suicídio ou o assassinato como uma barreira tão relevante, se comparada ao amor que sente?
Voltando a Platão, temos uma hipótese: a falta. É nesse momento que o amor se “prolifera”. O amor precisa da falta para continuar ardendo em uma pessoa, como o fogo, que não se apaga enquanto houver o que queimar. Como disse uma vez Raul Seixas, “Ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez... uma vez.”
Em síntese, as atitudes tomadas por amor, geralmente são precipitadas: a primeira carta de Werther o mostrou uma pessoa em seu estado feliz, parecia que nada de mal poderia afetá-lo. Porém, tempos depois, “Infeliz!”, sofrendo por um amor não correspondido, castigando-se fisicamente para amenizar a dor do coração. Depois de sofrer muito, o jovem decide se suicidar, acreditando que só assim se libertará do amor.
A Loucura acompanha o Amor aonde quer que ele vá. O caso Eloá é uma prova de, até que ponto o amor pode chegar. Há pessoas que passam a ser dependentes dele para viver. A Loucura guia a pessoa, o Amor torna os atos possíveis.
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